Sobre leões e presas – o caso Fran e a responsabilidade de cada um

A Internet é mesmo uma ferramenta fantástica tanto para o bem quanto para o mal. Atualmente pode-se dizer que é a fonte primária de informação de uma generosa camada da sociedade. E se constituiu também num meio de troca de informações e comunicação em massa independente e até certo ponto livre. Mas a internet propaga certos absurdos que são o ônus da facilidade de comunicação e transmissão de dados, como recentemente aconteceu no “caso Fran”,  em que uma estudante de 19 anos que está sendo vitima de assédio e do famoso bulling, por conta de um vídeo que circulou na internet onde ela faz sexo de uma forma, digamos, não convencional com seu amante. (Eu disse: “não convencional” apenas, quem quiser entender qualquer outra coisa, fique a vontade, só não me venha encher o saco depois.)

Talvez alguns entendam que estou exagerando em considerar isso um absurdo, mas não consigo ver de outra forma, não pela forma nada ortodoxa como a moça se comporta, pois não sou de moralismos, mas pelo conjunto da obra. Eu aprendi que intimidade é intimidade e pronto. No meu tempo só as atrizes pornô faziam certas coisas ao publico. Se aquilo tudo fosse feito em sua intimidade seria perfeitamente normal. Mas enfim, o caso virou hit, meme, mania, febre e qualquer outro adjetivo semelhante que possa existir para algo que se incorpora no anedotário virtual. O sinal de “OK” feito por ela no vídeo, com os dedos indicador e polegar unidos pelas extremidades e os outros três dedos levantados, passou a se chamar “dedinho de Fran” e nunca foi tão usado na internet. Claro que ele é mais associado ao orifício anal do que ao “OK” nesse caso.

A Internet é uma preciosidade. As redes sociais são o  circo romano contemporâneo, só que um pouco mais igualitário. Quem é leão em algum momento, de uma hora pra outra pode virar presa. E nós nos queixamos quando somos a presa, mas somos implacáveis como leões.

Depois de estourar na internet e tirar sua protagonista do anonimato, o caso Fran, como não poderia deixar de ser, foi um prato cheio para os marxistas culturais que vendo que a garota era a “bola da vez” trataram de se apoderar da história de seu infortúnio pra propagar o esquerdismo doentio do qual sofrem na internet, mais uma vez distorcendo tudo, pagando nota de bonzinhos e acusando de hipócritas qualquer um que discorde de sua esquerdopatia. As alegações dadas nos blogs feministas e na página de apoio a Fran no facebook  vão do vago ao ridículo, convertendo a moça de imatura e irresponsável em vítima da sociedade hipócrita.

Antes de continuar quero dizer aqui que não sou a favor do que foi feito com a moça e acho que esse crime virtual deve sim ser rigorosamente punido. Mas usar a desgraça de uma pessoa pra promover ideologia esquerdista é nojento. O que a menina precisa é que esqueçam ela e deixem a turbulência passar. Nessa hora idiotas fazendo sinal de OK na internet só atrapalham.

Mas vamos aos fatos: A pagina de apoio a Fran no facebook já começa com vitimismo:  “Ao contrário do que muitos estão dizendo Fran é a vítima.” Outros blogs feministas alegam que a moça está sendo oprimida por um sociedade hipócrita por seus costumes e todos teimam em frisar que tem muita gente fazendo graça da desgraça dos outros  (E quando não tem?  Só que eles só se preocupam com os outros quando podem usar seu problema a favor da causa. Isso sim é hipocrisia.).

Segundo o que andei lendo o vídeo foi feito por um amante da guria que era casado e ela ciente de tal condição, não parecia muito preocupada com a desgraça daquela família. O que eu disse sobre ser leão e ser presa? Quem é hipócrita agora? Faz sentido esse vitimismo todo? Outra alegação é que ela foi vitima, pois havia permitido a filmagem, confiando na discrição do amante. Desculpem mas não cola. Confiar tão cegamente num cara que não respeitava a esposa e os próprios filhos,se é que os tinha, que aliás ela mesmo estava se lixando pra esse detalhe, não a transforma em vitima mas em idiota.

Outra afirmação que supera em anos luz a bizarrice das demais é esta que vi um completo imbecil comentar: “Todas as pessoas fazem isso com seus parceiros e depois condenam quem faz.” Há alguns problemas com a alegação em questão. Primeiramente que se alguém condena tal ato, não o condena por pratica-lo, mas por torná-lo publico, ou seja, mostrar pra todo mundo que faz, pois ao contrário dos esquerdistas, ninguém é insano o suficiente pra tentar adivinhar ou pressupor que alguém pratica um ato em particular e depois condená-lo publicamente.Pessoas normais seguem um padrão normal de raciocínio. Em segundo lugar, mesmo que a bola de cristal esquerdista fosse certeira, o fato de alguém realizar qualquer fantasia sexual em particular não implica que essa pessoa tenha obrigação de olhar as mesmas fantasias sendo exibidas em publico e achar normal ou aceitável. E pra arrematar o que ele quis dizer com “condenam” é um processo natural que ocorre em vida social desde que o mundo é mundo. Se um homem trai a mulher ele é censurado pela sociedade. Se a mulher trai o homem também. Essa retaliação social que pune quem sai dos padrões, seja com ironias, piadinhas, desprezo ou não aceitação serve pra manter as coisas no lugar.

Existe um padrão de valores responsáveis pelas coisas funcionarem e a sociedade ao natural repele quem sai desse padrão, e falo aqui exclusivamente de manter o sexo entre quatro paredes. A moça do vídeo está sofrendo consequências de seus próprios atos e essas consequências são necessárias (não estou falando do crime virtual em si, que não é necessário e deve ser punido, mas da reação das pessoas a situação). Imaginem as pessoas transando no meio da rua como animais, como querem esses esquerdistas.Isso já acontece na parada gay em São Paulo, mas jamais será o padrão e segundo esses caras discordar disso é errado.

O que está acontecendo de fato não é o apoio a uma menina tapada que fez uma burrada e está sendo massacrada, mas a utilização da tragédia em proveito próprio por feministas e marxistas culturais que saem falando essas e outras bobagens na rede sem medir as consequências do que falam. Não estão nem aí pra ela e ainda lhe fazem um grande mal, dizendo ela não tem a menor responsabilidade pelo que aconteceu e dando o recado para as próximas Frans: “Não precisam ser responsáveis. Curtam a vida. Se se ferrarem estaremos aqui pra responsabilizarmos o machismo, o capitalismo, etc.”

Ficam escarafunchando na história em benefício próprio, postando cartas idiotas e fotos fazendo o famigerado sinal do “OK” e mantendo viva sua vergonha.

Fran foi vítima?  Com certeza! Mas do que? Posso começar dizendo do que ela não foi vitima:  Ela não foi vitima do machismo, da sociedade conservadora, da moral, dos bons costumes, do cristianismo ou do capitalismo. Certo é que ela foi vitima de um crime virtual. De uma sacanagem que deve ser punida, sim. Mas talvez ela tenha sido Vitima de si própria também.  De sua irresponsabilidade, de sua inconsequência, imaturidade, burrice, ingenuidade, insensibilidade, promiscuidade, enfim.

Eu não estou entre os machões e honradões da Internet que estigmatizariam  uma mulher como Fran pelo resto da vida, pq eu acredito no arrependimento, no perdão, e na mudança. Mas isso só acontece sem a vitimização e o coitadismo, espalhados pelo mundo esquerdista virtual. Oro a Deus para que as investigações deem resultado e que se puna o canalha que fez isso. Mas que a moça saiba que ela abriu as portas pra esse canalha entrar na vida dela da forma mais ilícita possível através do adultério, e que não dê ouvidos a essa esquerdalha que só o que quer é usar sua tragédia em beneficio próprio , e se convença de que nossas atitudes tem consequências e de que temos escolha.  Sempre temos escolha!  Que a Fran escolha converter-se.

Que preciosidade essa Internet!
Ps: quanto aos adeptos do sinal de “OK, gostaria sinceramente de saber se isso é um mero apoio a Fran, ou um esforço intelectual pra tirar inspiração para  seus textos de algum lugar.

Paz do Senhor Jesus a todos.

2 thoughts on “Sobre leões e presas – o caso Fran e a responsabilidade de cada um”

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