Leitor pergunta sobre a alegada associação entre “Semíramis” e a Virgem Maria

Um anticatólico me falou no Orkut que a Virgem Maria é a Semíramis dos babilônicos. Veja o que ele disse: “Semíramis deu à luz um filho, isso é o que foi ensinado nessas religiões babilônicas. Semíramis deu à luz um filho, que foi concebido por um raio de sol. A ligação é clara entre Maria e Jesus”. Isso é verdade? – Por V. J.

Não admira que esses simplórios anticatólicos façam esse tipo de alegação. Eles NUNCA dão qualquer fonte, referência ou algo que possa abonar seus disparatados nonsenses. Não há nenhuma evidência para essa coisa, uma vez que não existia essa personagem. “Semíramis” parece ser um personagem composta, formada por uma histórica rainha assíria, e uma deusa ou duas. Seria interessante saber de onde esse detalhe raio de sol vem.


Imagem típica fraudulenta usada por anticatólicos para associar a Virgem Maria com uma suposta “Semíramis”.

 Declarações sobre religião babilônica não podem ser feitas sem provas – e não há nenhuma evidência de qualquer tipo deste ensino nessa religião. Talvez porque ela não era uma religião de ensino (pedagógica), ao contrário catolicismo. Se não há razão para pensar isso foi ensinado – não se pode dizer que foi ensinado. Já que o mito de Tamuz é muito diferente do que é dito aqui, essas declarações sobre Semíramis e Tamuz, etc, podem ser ignoradas, uma vez que é um “mito engenhosamente inventado”.

Isto significa que os alegados resultados históricos da ficção, também não aconteceram. O que significa que todo o argumento anticatólico cai em ruínas.

A maioria dessas bobagens e dislates que muitos anticatólicos propagam por aí vieram do livro “As duas Babilônias”, do pseudo historiador Alexander Hislop. Esse livreto folhetinesco é muito usado por ateístas e por vários anticatólicos para propagarem suas cavilações e patranhas. Um discípulo de Hislop, chamado Ralph Woodrow, depois de ter pesquisado muito, voltou-se contra o mestre e o refutou no excelente “Conexão Babilônia”, onde desmantela uma por uma das falsidades e fraudes de Hislop. Pena que os anticatólicos só conheçam mais os livros do tanateiro do Hislop e não a ótima refutação do Woodrow.

O paralelo é dependente ou independente? Mesmo se não houvesse um paralelo pagão, isso não significa que não há uma relação causal envolvida. Dois grupos podem formar crenças semelhantes, práticas e artefatos de forma totalmente independente um da outro. A ideia de que formas semelhantes são sempre o resultado da difusão de uma fonte comum tem sido rejeitada pela arqueologia e antropologia, e por uma razão muito boa: os seres humanos são semelhantes entre si e vivem em ambientes semelhantes (ou seja, terrestre), levando-os a ter semelhantes artefatos e pontos de vista culturais.

Por exemplo, os fundamentalistas têm feito muito mais do fato de que a arte católica inclui Madonnas e imagens para crianças e que a arte não-cristã, em todo o mundo, também frequentemente inclui imagens de mães com crianças. Não há nada de sinistro nisso. O fato é que, em cada cultura, há mães que seguram os seus filhos! Às vezes isso fica representado na arte, incluindo a arte religiosa, e especialmente é usada quando uma obra de arte está sendo feita para mostrar a maternidade de um indivíduo. Imagens de mães com filhos não precisam ser explicadas por uma teoria da difusão de uma visão comum, de uma fonte religiosa pagã (como a sugestão de Hislop que tais imagens resultam de representações de Semiramis segurando Tamuz). É preciso olhar mais longe do que o fato de que as mães segurando filhos é uma característica universal da experiência humana e uma forma conveniente para que os artistas representem a maternidade.

Outro folhetim fraudulento de onde esses anticatólicos tiram essas ideias ilusivas é o “Catolicismo Romano”, do pseudo pensador Lorraine Boettner. Todos são livretos folhetinescos não levados à sério por nenhum historiador.

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