Ela era uma jovem ateia e punkeira, até que um dia Deus a tocou e agora é uma ardente monja evangelizadora

Theresa Aletheia Noble hoje é religiosa e uma conhecida blogueira, mas isso nem sempre foi assim. Se agora é uma ardente evangelizadora do convento, ela também foi uma ativista ateia.

Em sua vida ela foi vegana, punk e animalesca até que um dia ele se encontrou com Deus. Agora é uma freira paulina do convento de sua congregação e diz que “reza, evangeliza e assa pão”.

Seu testemunho é muito interessante porque diz que não tem vergonha do seu passado, porque sem ele não estaria agora onde está. E este aspecto pode ajudar muitas pessoas. É por isso que ela mesma contou ao Aleteia seu processo de conversão, realizando uma interessante reflexão:

Do punk rock a religiosa católica
Quando era pequena, amava ler romances de aventura, tocar violino e escrever contos de fadas. Então eu me tornei punk rocker e ateia. Em seguida, decidi adotar o estilo de vida vegano e participar como ativista dos direitos dos animais. Quando terminei a faculdade, ensinei em bairros pobres. Então trabalhei em uma fazenda.Depois disso – milagre – comecei a acreditar em Deus, em Jesus, e eu me tornei católica. Finalmente, para a surpresa de todos (incluindo a minha), eu me tornei religiosa.

Irmã Noble com outra freira que naquele dia fez 100 anos

Agora, quando vou pelas ruas vestindo o hábito de freira, alguns me vêem como uma representação da Igreja – instituição; outros como alguém que vive na margem da sociedade; outros ainda como uma excêntrica; e outros, finalmente, olham com amor.

De certa forma, eu sou tudo isso
É como se meu passado e meu presente não tivesse sido completamente fundido. Alguns aspectos da minha vida fundiram, sim, mas não outros. E no final, o resultado é um belo mosaico vivo.

Pergunto-me, ocasionalmente, se o meu lugar é no grupo que eu chamo de “acostumados” da Igreja. Eu vou acabar me transformando numa fariseia? Será que já sou um pouco assim? Vou continuar a lutar honestamente pela minha fé, de frente para as minhas dúvidas, ou vou fugir desse confronto sincero, preferindo procurar conforto, conformismo, rotina, felicidade e um sentido (falso) de bem-estar? Vou ajustar-me para o comportamento das pessoas que estão ao meu redor ou ao comportamento de Cristo? Depois de desistir da vida “mundana”, vou me tornar uma religiosa “medíocre”?

Eu não jogo fora meu passado
Eu me considero uma “ex-ateia”, mas as coisas não são tão simples. De certa forma, estou sempre em sintonia com as várias facetas que a minha personalidade tem – e espero que não mude. A maioria das pessoas esperam que eu sinto vergonha do meu passado. Mas a única coisa que me constrange é o modo que tinha de não tinha amar a Deus e ao próximo.

Não me envergonho de minhas questões, a minha luta interna, a minha busca pelo absoluto. Eu não tenho vergonha de ter um lado excêntrico e ter-me deixado levar nessa busca, de ser um pouco estranha e rebelde. Eu não jogo fora meu passado.

Irmã Theresa (segunda da direita) com outras freiras das Filhas de São Paulo

Exemplo de Paulo
Eu acho que é importante que vejamos nosso pecado da forma como Deus o vê. Ele conhece com precisão os defeitos que nos levaram para o pecado , mas que, trabalhados com abnegação, também se tornam as qualidades que nos santificam.

São Paulo, por exemplo, era um fariseu dos mais fervorosos, um perseguidor violento, um homem que observava as regras externas rigorosamente. Estas características, que o levaram a cometer muitos pecados em nome de Cristo, são também aqueles que o levaram para o caminho da santidade. Cada um de nós tem dons únicos a dar frutos com os outros, no seio da Igreja … E, muitas vezes, é a partir dos aspectos mais surpreendentes de nossa personalidade que Deus brilha esses talentos.

Acordei, no outro dia, fazendo esta oração um pouco estranha:

“Senhor, eu antes queria que me ajudasses a lutar contra a minha natureza cética. Agora, eu quero outra coisa: manter esse ceticismo. Eu não quero uma fé fácil e simplista. Faça com que minha fé seja ousada, impetuosa, totalmente assumida, mas também faça com que entenda aqueles que duvidam. Eu quero, a todo custo, ficar perto de quem vive fora da Igreja, aqueles que não entendem de qualquer forma, para aqueles que não pertencem ao círculo do “usual”, aqueles que duvidam, buscam, dos excêntricos, daqueles que não se encaixam na sociedade. Livra-me, Senhor, da Igreja-clube, uma igreja de “acostumados”, que estão confortavelmente acomodados em seus certezas de rotina”.

Fonte: http://www.religionenlibertad.com/era-una-joven-atea-punk-hasta-que-dia-dios-53177.htm
Tradução: Emerson de Oliveira

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