De onde Caim tomou sua esposa?

Cain_Fleeing_William_BlakePergunta: Gênesis 3,20 diz que Eva foi a “mãe de todos os viventes.” Se for esse o caso, de onde, então, seu filho Caim encontrou uma esposa?

Resposta: Muitos ateístas e céticos têm usado essa aparente inconsistência como evidência para a natureza alegórica ou mitológica do registro de início de Gênesis, em oposição à historicidade como defendida por conservadores bíblicos. Embora seja verdade que a Bíblia não é específica sobre esta matéria, não há dificuldade em sugerir uma solução razoável que não faz violência à interpretação bíblica.

A solução mais comum é a de propor que Caim casou-se com um parente próximo, talvez uma irmã. Inicialmente isto pode parecer uma idéia radical, mas como vamos notar, é a opção mais realista. Somos informados em termos específicos que Adão e Eva tiveram três filhos – Caim, Abel, e algum tempo depois, Sete. No entanto, também é dito que Adão foi o pai de “filhos e filhas” (Gênesis 5,4). Eva tinha gerado Caim e Abel logo depois de deixar o Éden (Gênesis 4,1-2), mas ela poderia ter tido outras crianças entre o nascimento e a morte de Abel, e entre esse assassinato e do nascimento de Sete. Em qualquer caso, uma descendente feminina poderia mais tarde ter se tornado a esposa de Caim [alguns têm se perguntado se Caim poderia ou não ter casado com outra pessoa que não fosse da família de Adão e Eva, ou seja, uma mulher de outras pessoas a quem Deus havia criado. À luz das Escrituras, esta não é uma possibilidade. A Bíblia deixa claro (Gênesis 3,20) que Eva era a “mãe de todos os que vivem” (grifo nosso). Se Adão foi o primeiro homem (1 Coríntios 15,45) e se Eva foi a mãe de todos, então é claro que havia “outras pessoas” para Caim se casar. A população da Terra veio diretamente através da linhagem de Adão e Eva.] Não teria havido nenhuma escassez de potenciais companheiras. Um olhar para o rápido crescimento da população do mundo antediluviano (Gênesis 4-6) mostra que as pessoas daqueles tempos foram prodigiosas; elas levaram a sério o mandamento de Deus para “frutificai e multiplicai-vos” (Gênesis 1,28)!

Muitas pessoas vêem imediatamente um problema com os casamentos que devem, necessariamente, ser incestuosos por natureza. Lembre-se, no entanto, que o próprio incesto foi proibido apenas com a vinda do pacto Mosaico (Levítico 18). Não havia necessidade de leis rigorosas sobre os cônjuges na Era Patriarcal (para além da instituição divina do “um homem, uma mulher, para toda a vida”), e há pelo menos um bom motivo: durante esta época, o homem estava em um período relativamente de estado puro, pelo menos fisicamente, tendo deixado não muito tempo antes a condição perfeita na qual ele foi criado e do Jardim que tinha passado sua vida. Adão e Eva poderiam ter vivido para sempre, se não fosse por sua corrupção pelo pecado, e a sua consequente expulsão do Éden (Gênesis 3,1-6). Por isso, não há traços genéticos prejudiciais surgidos neste ponto que poderiam ter sido expressos em filhos de parceiros intimamente relacionados. No entanto, depois de muitas gerações, e especialmente após o dilúvio de Noé (Gênesis 6-9), a radiação solar e cósmica, mutações químicas e mutagênicas, e erros de replicação de DNA, levaram à multiplicação de doenças genéticas. Deus protegeu o seu povo, instituindo leis rigorosas contra casamentos incestuosos no capítulo XVIII do Levítico. Não é necessário dizer que, mais transtornos genéticos têm surgido na população mundial, desde a época de Moisés, e por isso é ainda mais importante evitar se casar com um parente próximo. O cristianismo, até agora, tem defendido que tais regras foram transportados para as leis modernas do mundo ocidental.

Fonte: https://apologeticspress.org/apcontent.aspx?category=11&article=1145
Tradução: Emerson de Oliveira

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