Dados sobre crianças criadas por famílias do mesmo sexo são mais deprimentes do que o esperado

depressed_child_810_500_55_s_c111 de julho de 2016 (LifeSiteNews) – Um novo estudo divulgado no início deste mês no jornal Depression Research and Treatment contribui para a crescente evidência contra a tese de “nenhuma diferença” em filhos de famílias do mesmo sexo, poucos meses após a fontes da mídia prematuramente – e equivocadamente – proclamarem essa ciência como resolvida.

Um dos aspectos mais interessantes do novo estudo é que é longitudinal, avaliando as mesmas pessoas durante um longo período de tempo. Na verdade, a sua fonte de dados – Gabinete Nacional de Estudo Longitudinal da Saúde do Adolescente – é um dos mais impressionantes, completo e caros esforços de investigação da pesquisa ainda em curso. Este estudo não é o primeiro a fazer uso dessa rede de dados para testar a tese da “nenhuma diferença”, mas é o primeiro a chegar a conclusões diferentes, por várias razões. Uma deles é o seu aspecto longitudinal, pois alguns problemas só surgem ao longo do tempo.

O professor Paul Sullins, o autor do estudo, descobriu que durante a adolescência os filhos de pais do mesmo sexo relataram marginalmente menos depressão do que os filhos de pais do sexo oposto. Mas quando o inquérito estava em sua quarta onda – quando as crianças se tornaram adultos jovens entre as idades de 24 e 32 – as suas experiências tinham se invertido. Na verdade, se inverteram de maneira dramática: mais de metade dos filhos jovens adultos de pais do mesmo sexo relatam depressão em curso, um aumento de 33 pontos percentuais (de 18 por cento para 51 por cento do total). Enquanto isso, a depressão entre os filhos jovens-adultos de pais do sexo oposto caiu de 22 por cento deles para pouco menos de 20 por cento.

Alguns outros resultados também valem a pena serem mencionados. A obesidade aumentou entre os dois grupos, mas as diferenças se tornam significativas ao longo do tempo, com 31 por cento de obesidade entre crianças jovens-adultos de pais do sexo oposto, bem abaixo dos 72 por cento das pessoas de famílias do mesmo sexo. Embora menos filhos jovens adultos de pais do mesmo sexo se sentiram “distante de um ou ambos os pais”, como jovens adultos do que eles sentiram como adolescentes, os níveis são ainda muito altos, 73 por cento (contra 93 por cento durante a adolescência). Os sentimentos de distanciamento entre as crianças jovens-adultos de pais do sexo oposto na verdade aumentaram, mas começaram em um nível inferior (de 36 por cento na adolescência para 44 por cento no início da vida adulta).

Para sermos justos, a vida em famílias pai-e-mãe não é simplesmente harmoniosa por definição. O estudo, no entanto, é um reconhecimento de que não é apenas a estabilidade que é importante (embora certamente faça diferença). É também sobre a importância da biologia, amor, diferença sexual, e modelos.

Além disso, mais crianças de pais do mesmo sexo disseram que “um pai ou cuidador lhe tinha dado um tapa, batido ou chutado”, dizendo “coisas que feriam seus sentimentos ou a faziam sentir que não eram queridas ou amadas”, ou “a tocaram de uma forma sexual, obrigando-na a tocar-lhe de uma forma sexual, ou forçado a ter relações sexuais”. Para sermos justos, este é um agrupamento de eventos traumáticos que me parecem desequilibrados, pois há uma diferença bastante profunda entre sentimentos feridos e abuso sexual. Um inquérito subsequente revelou poucos relatos deste último tipo de abuso entre os inquiridos  na Onda IV.

O estudo não está acima de qualquer suspeita. Nenhum estudo está. E ouso dizer que recentes avaliações de dados da Pesquisa Nacional de Informação em Saúde do Sullins forneceram uma avaliação mais robusta da tese de “nenhuma diferença” do que este do Add Health. Uma limitação chave aqui é o tamanho da amostra. Há apenas vinte casos validados de inquiridos com pais do mesmo sexo neste grande projeto de coleta de dados. Isso faz com que as estimativas de uso doméstico do mesmo sexo exibidas no gráfico sejam imprecisas, mas isto não diminiu a significância das diferenças entre os grupos. Parte da razão para a pequena amostra tem a ver com a época em que a coleta de dados começou. Famílias do mesmo sexo eram muito incomuns, e o suplemento de Saúde (assim como as estruturas  do estudo da Nova Família) capta isso. Eu fui rápido em criticar o uso de tais estudos de pequenas no passado, e eu não estou prestes a prestar um grande elogio aqui apenas porque os resultados reforçam o que eu encontrei na NFSS. Mas a questão do tamanho da amostra não é culpa do autor. Na verdade, Sullins discerniu que mais da metade dos casos de famílias do mesmo sexo utilizadas em estudos anteriores do Add Health que declararam que “não há diferenças” foram agregados familiares em que um dos pais do sexo oposto ainda estava envolvido, e elegeu deixá-los a partir de suas análises. Não importa.

Questões remanescentes permanecem. Por que o surto de depressão após se tornarem adultos? Isto é especialmente curioso, dado que a “distância” de seus pais diminuiu desde a adolescência. Por que essas altas taxas de obesidade? (certamente não é a imagem do movimento dos pais do mesmo sexo passada pela mídia). O próprio autor afirma que tais respostas seriam “necessariamente especulativas”. Por que foi publicado numa revista médica de código aberto, em vez de uma revista de ciências sociais? Eu não pretendo conhecer o processo, mas eu arriscaria um palpite de que ao invés de suportar a natureza cada vez mais politizada da avaliação pelos pares nas ciências sociais, o autor prefere uma avenida menos carregada que permite que estudiosos e público possam examinar as provas, em vez de aguardar o imprimatur de validade que um jornal de maior prestígio pode dar (e deu) para estudos muito mais fracos. Se a ciência supostamente  deve ser aberta, o trabalho de Sullins certamente é. Eu não o culpo.

Sullins emergiu como um analista versátil, aplicando-se as mesmas perguntas a vários conjuntos de dados. Eu o encontrei, e posso atestar que suas motivações são semelhantes às minhas: Temos visto os dados e estamos convencidos de que eles não podem sustentar  a tese de “nenhuma diferença” a não ser que os distorçamos (isto é, escondendo a história básica por trás de conjuntos de variáveis de controle, ou pior, escondendo-os dentro de capital  de dados fechados que ninguém mais pode controlar). Mas isso é exatamente o que um movimento político estudioso alimentado pela midiática realiza. Por que isso tem que acontecer desta forma?

Qualquer que seja a razão – e avaliações intelectuais do fenômeno sao bem-vindas – há uma tendência americana apartidária de tirar conclusões éticas a partir de dados empíricos. Fatos sao de uma grande importância aqui. Mas discernir o que é mesmo verdade entre uma minoria pequena, politizada que demanda direitos exclusivos é  algo repleto de desafios. Daí a briga sobre o que os dados têm a dizer a respeito de famílias do mesmo sexo com crianças  ter assumido uma incrível urgência. Se os cientistas sociais pudessem documentar que as crianças estavam bem, isso iria responder à questão ética e legal do que fazer a seguir. Daí a incrivelmente politizado furor envolvido em pesquisas sobre este assunto. Lembre-se, isto não é como os europeus elegeram discernir a questão do casamento de mesmo sexo e adoção – apenas nós, americanos (um concurso empírico semelhante está  envolvendo os debates sobre o controle de armas).

A ciência social sobre paternidade do mesmo sexo vai continuar, mas como a decisão Obergefelld “resolveu” a questão jurídica sobre o casamento do mesmo sexo, as escaramuças serão menores comparadas aos sangrentos embates testemunhados poucos anos atrás. A verdade empírica já não é tão ameaçadora para os desejos de alguns adultos. A vulnerabilidade das crianças, por outro lado, não diminuiu.

Se eles tem um de cada, ou não, crianças merecem uma mãe e um pai cujo amor por elas – e  de um para com o outro – seja a  fonte da sua vida e socialização. Em sua conclusão, Sullins concorda: “a preocupação bem-intencionada sobre revelar informações relativas a uma minoria estigmatizada não justifica deixar as crianças sem apoio em um ambiente que pode ser problemático ou perigoso para a sua dignidade e segurança.”

Mark Regnerus é professor associado de sociologia na Universidade do Texas em Austin e um membro sênior do Instituto de Austin para o Estudo da Família e Cultura.

Fonte: https://www.lifesitenews.com/news/the-data-on-children-in-same-sex-households-get-more-depressing
Tradução: D.H.

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