Alexander Vilenkin: “Todas as evidências que temos demonstram que o universo teve um começo”

Eu decidi explicar por que os físicos acreditam que houve um evento de criação. Ou seja, eu decidi deixar o famoso cosmólogo Alexander Vilenkin falar por si mesmo.

De Uncommon Descent.

Trecho:

Será que o cosmos tem um começo? A teoria do Big Bang parece sugerir que sim, mas nas últimas décadas, os cosmólogos têm inventado teorias elaboradas – por exemplo, um universo eternamente inflado ou um universo cíclico – que pretendem evitar a necessidade de um começo do cosmos. Agora, parece que o universo teve um começo realmente depois de tudo, mesmo que isso não foi necessariamente o Big Bang.

Em uma reunião de cientistas – intitulado “State of the Universe” – convocado na semana passada na Universidade de Cambridge para honrar 70º aniversário de Stephen Hawking, o cosmólogo Alexander Vilenkin da Universidade Tufts, em Boston apresentou provas de que o universo não é eterno afinal, deixando os cientistas tento que explicar como o cosmo começou sem um criador sobrenatural. A reunião foi relatada na revista New Scientist (Por que os físicos não podem evitar um evento de criação, de 11 de janeiro de 2012).

[…] Em sua apresentação, o professor Vilenkin discutiu três teorias que pretendem evitar a necessidade de um começo do cosmos.

As três teorias são o modelo inflacionário caótico, o modelo oscilante e modelo da gravidade quântica. Os leitores regulares saberão que todas essas teorias foram abordados em um artigo revisado por pares de William Lane Craig que avalia as alternativas para a cosmologia padrão do Big Bang.

Mas vamos ver o que Vilenkin disse.

Mais:

Uma teoria popular é a inflação eterna. A maioria dos leitores vão estar familiarizados com a teoria da inflação, que diz que o universo aumentou em volume por um fator de pelo menos 10^78 em fase muito precoce (a partir de 10^-36 segundos após o Big Bang para algum momento entre 10^-33 e 10^-32 segundos), antes de se estabelecer na taxa mais lenta de expansão que nós vemos atualmente. A teoria da inflação eterna vai mais longe, e sustenta que o universo está constantemente dando origem a universos “bolhas” menores dentro de um multiverso em constante expansão. Cada universo bolha passa por seu próprio período inicial de inflação. Em algumas versões da teoria, as bolhas vão para trás e para a frente no tempo, permitindo a possibilidade de um passado infinito. O problema é que o valor de um parâmetro cósmico em particulares elimina essa possibilidade:

Mas em 2003, uma equipe que incluiu Vilenkin e Guth considerou que a inflação eterna significaria para a constante de Hubble, que descreve matematicamente a expansão do universo. Eles descobriram que as equações não funcionavan (Physical Review Letters, DOI: 10,1103 / physrevlett.90.151301). “Você não pode construir um espaço-tempo com essa propriedade”, diz Vilenkin. Acontece que a constante tem um limite inferior que impede a inflação em ambas as direções de tempo. “Ele não pode ser eterno no passado”, diz Vilenkin. “Deve haver algum tipo de limite.”

Uma segunda opção explorada por Vilenkin foi a de um universo cíclico, onde o universo passa por uma série infinita de big bangs e flexões, sem começo específico. Foi ainda alegado que um universo cíclico poderia explicar o baixo valor observado da constante cosmológica. Mas como Vilenkin descobriu, há vários problemas se você olhar para a desordem no universo:

A desordem aumenta com o tempo. Assim, após cada ciclo, o universo deve ficar cada vez mais desordenado. Mas se já houve um número infinito de ciclos, o universo que habitamos agora deve estar em um estado de desordem máxima. Este universo seria uniformemente morno e sem traços característicos, e definitivamente faltariam seres complicados como estrelas, planetas e físicos – nada como o que vemos ao nosso redor.

Uma maneira de contornar isso é propor que o universo só se torna maior a cada ciclo. Em seguida, a quantidade de desordem por volume não aumenta, por isso não precisa atingir o máximo. Mas Vilenkin descobriu que este cenário se torna vítima do mesmo argumento matemático que a inflação eterna: se o universo está ficando cada vez maior, ele deve ter começado em algum lugar.

No entanto, as opções de Vilenkin não foram esgotados ainda. Havia outra possibilidade: que o universo tinha saltado de um ovo cósmico eterno:

O golpe final do Vilenkin é um ataque a um terceira proposta menos conhecida, a de que o cosmos existiu eternamente em um estado estático chamado ovo cósmico. Este finalmente se “rachou” para criar o big bang, levando a expansão do universo que vemos atualmente. No ano passado Vilenkin e a estudante Audrey Mithani mostraram que o ovo não poderia ter existido para sempre, afinal de contas, já que a instabilidade quântica iria forçá-lo a entrar em colapso depois de uma quantidade finita de tempo (arxiv.org/abs/1110.4096). Se ele rachou uma vez, levando ao big bang, então isso deve ter acontecido antes que ele entrou em colapso – e, portanto, também depois de uma quantidade finita de tempo.

“Isso também não é um bom candidato para um universo sem começo”, Vilenkin conclui.

Assim, no final do dia, qual é o veredicto de Vilenkin?

“Todas as evidências que temos demonstram que o universo teve um começo.”

Isto é consistente com o teorema Borde-Guth-Vilenkin, que eu escrevi sobre antes, e que William Lane Craig alavancou a sua vantagem em seu debate com Peter Millican.

O teorema (BGV) Borde-Guth-Vilenkin mostra que cada universo que se expande deve ter um limite de espaço-tempo no passado. Isso significa que nenhum universo em expansão, não importa qual modelo, pode ser eterno no passado. Ninguém nega a expansão do espaço em nosso universo, e assim ficamos com um início cósmico. Mesmo cosmologias alternativas especulativas não escapam da necessidade de um começo.

Conclusão

Se o universo surgiu do nada, o que parece ser o caso da ciência, então o universo tem uma causa. As coisas não aparecem, sem causa, a partir do nada. A causa do universo deve ser transcendente e sobrenatural. Deve ser não-causada, porque não pode haver uma regressão infinita de causas. Ela deve ser eterna, porque criou o tempo. Deve ser não-física, porque criou o espaço. Há apenas duas possibilidades para tal causa. Poderia ser um objeto abstrato ou um agente. Objetos abstratos não podem causar efeitos. Por conseguinte, a causa é um agente.

Agora, vamos ter uma discussão sobre esta ciência em nossas igrejas, e ver se nós não podemos treinar os cristãos a se envolver com os não-cristãos sobre a evidência de modo que todo mundo aceita o que a ciência nos diz sobre a origem do universo.

Fonte: http://winteryknight.com/2015/10/03/alexander-vilenkin-all-the-evidence-we-have-says-that-the-universe-had-a-beginning-4/
Tradução: Emerson de Oliveira

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